A respiração bucal quando presente na fase de crescimento e desenvolvimento da criança pode interferir no padrão de crescimento craniofacial, causando grandes deformações nas arcadas dentárias e na face. Inspirar pelo nariz e expirar pela boca é a forma correta de se respirar. Os chamados “respiradores bucais” são pessoas que puxam e soltam o ar pela boca.
A Respiração bucal é uma disfunção que geralmente começa na infância e pode ter diversas causas: adenóide hipertrofiada, amígdalas, desvio de septo, alergias, sinusite, rinite, etc. Existem alguns maus hábitos, como a chupeta e mamadeira, que também favorecem a tendência de respirar pela boca. Por outro lado, a amamentação incentiva que o bebê feche a boca para sugar o leite e respire pelo nariz.
Um diagnóstico correto deve ser feito por uma equipe multidisciplinar (otorrinolaringologista, pediatra ,ortodontista e o fonoaudiólogo) . Porém, os pais devem prestar atenção na reincidência de doenças respiratórias que acometem seus filhos e na forma como estão respirando, principalmente durante o sono. É importante observar se a criança dorme com a boca aberta, ronca e baba muito durante a noite, tem irritabilidade durante o dia e está sempre com olheiras e aparência de cansaço.
A responsabilidade do ortodontista é cuidar ou gerenciar o crescimento da face, lembrando que aos 6 anos de idade, 80 % desse crescimento já ocorreu.
Veja as principais alterações faciais e bucais esperadas no respirador bucal, e onde a ortodontia e seus aparelhos podem atuar:
- crescimento mais vertical ou longo da face;
- mordida cruzada posterior;
- mordida aberta anterior;
- arco maxilar superior em forma de V;
- maior índice de cáries e problemas periodontais (gengivais) porque há ressecamento da boca;
- selamento labial incompetente;
- alterações posturais da língua;
- palato profundo;
- musculatura fraca ao redor da boca;
- posição da mandíbula mais para trás.
Além disso, os respiradores bucais apresentam como sinais e sintomas os seguintes aspectos: menor qualidade do sono, menor rendimento escolar, dificuldades de concentração, olheira, criança com maior tendência à otite média (infecção de ouvido), entre outros…
Os tratamentos ortodônticos e ortopédicos podem alterar as relações dos maxilares, e os formatos dos arcos, mas serão movimentos menos estáveis se a respiração nasal não for restabelecida.
Os tratamentos simultâneos das más oclusões e dos problemas respiratórios proporcionam resultados biologicamente mais aceitáveis e duradouros.
Os tratamentos precoces são de extrema importância pois as alterações craniofaciais podem se instalar definitivamente e só poderão ser corrigidas cirurgicamente após o período de crescimento.
Veja no vídeo abaixo o que acontece quando ocorre a respiração bucal: